sábado, 20 de novembro de 2010

O povo brasileiro sabe o que é melhor. Viva o Socialismo!


Dilma e André Tokarski, Presidente Nacional da União da Juventude Socialista (UJS)


Por Marcelo Brandão*

A terceira vitória consecutiva do povo brasileiro nas eleições para presidente da república assegura a manutenção de condições mais favoráveis às conquistas populares, que visam à construção de um país mais humano, justo e democrático. Dentre elas podemos destacar a política de valorização do salário mínimo, a diminuição do ritmo de flexibilização de direitos trabalhistas, a legalização das centrais sindicais, o comando do pré-sal nas mãos do Estado, o apoio à atualização dos índices de produtividade das terras e a política internacional mais solidária e multilateral.
As eleições de 2010 representaram a vitória sobre o preconceito e as incoerências de algumas questões relacionadas à influência judaico-cristã em nossa cultura. Dilma é mulher e enfrentou, como poucos, a ditadura no Brasil. Há de se dizer que figuras da oposição também enfrentaram a ditadura, mas, contraditória e hipocritamente, pegaram carona no oportunismo, ao apontar o dedo para aqueles que lutaram pela democracia, num período em que era normal torturar, perseguir, assassinar e humilhar a juventude, como admitiu, em entrevista recente, um dos torturadores de nossa presidenta eleita Dilma Vana Roussef, filha de comunistas.
É comum a veiculação, em tradicionais meios de comunicação brasileiros, da idéia de que o ex-presidente João Goulart era autoritário e que não tinha legitimidade para governar o país, ocasionando o golpe militar que instaurou a ditadura. No entanto, cumpre esclarecer a verdade. Jango foi eleito democraticamente pelo povo 2 vezes durante apenas 3 anos. Portanto, a ditadura derrubou um presidente que tinha grande apoio popular, dentre inúmeras outras graves injustiças cometidas, ensejando a formação de grupos populares de resistência, tais como os protagonizados pela juventude, como a do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), hoje organizada na UJS (União da Juventude Socialista).
Tal vitória teve significado histórico para o Brasil, mas ela deve imprimir, na prática, ações que visem recuperar, efetivamente, o atraso em conquistas sociais e econômicas em nosso país e no mundo. É necessário priorizar o combate à pobreza e a fome, diminuindo gradativamente a disparidade nos lucros e renda entre setores econômicos e classes sociais. A redução do desemprego e da informalidade também devem ser perseguidos continuamente. Ainda, o analfabetismo (inclusive o funcional) e o saneamento básico são condições fundamentais para garantir condições dignas para todos, no sentido literal da palavra. Para avançar amplamente na área de educação, é imprescindível que seja garantida ao nosso povo, também, a segurança alimentar. Além disso, considerando-se que as mazelas no Brasil têm origem estrutural, a luta pelas reformas democráticas deve ser constante. Não podemos consentir com as maldades do neoliberalismo em nossa economia global.
Para alcançar tais objetivos, precisamos visualizar três campos de luta: o da política de massa, o ideológico e o institucional. Neste último a correlação de forças ainda é muito desigual, afetando os demais campos. Basta apenas uma análise superficial dos investimentos de setores econômicos em campanhas eleitorais neste ano e o seu resultado, para concluirmos a respeito da influência injusta do poder econômico. Uma reforma política séria, com campanhas eleitorais financiadas exclusivamente com recursos públicos, cujos valores sejam igualitários para candidatos ao mesmo cargo, irá tornar o processo mais democrático. Também será necessária rigorosa fiscalização dos órgãos de controle, evitando possíveis desvios de conduta.
Quanto à luta política de massa e ideológica, 2011 será um ano marcante. As questões econômicas e sociais relacionadas aos salários, redução da jornada de trabalho sem redução de salário, reformas estruturais, “guerra cambial” e o regime do pré-sal, darão o tom da disputa. Estas questões irão ocasionar impacto direto no processo eleitoral de 2012. Movimentos sociais, lideranças e intelectuais progressistas precisam se organizar e se unificar, de maneira mais ampla, como tem buscado a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), de modo protagonista, desde a sua fundação, em 2007.
O curso em direção às medidas e objetivos descritos acima convergem com o avanço rumo ao socialismo. As organizações e os indivíduos precisam estar diuturnamente envolvidos com a luta política de massa e sua organização junto à classe trabalhadora. O estudo militante incansável favorece a formação teórico-política, que nos disciplina no curso da estratégia. A atuação institucional é fundamental para a esquerda, no entanto, as batalhas eleitorais de 2012 e 2014 não podem ser enxergadas, pelos partidos políticos, simplesmente no âmbito das táticas eleitorais ou problemas relacionados com os governos e os parlamentos.

* Marcelo Brandão é membro da Direção Nacional da UJS, Presidente Estadual e Secretário de Juventude da CTB-ES.

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