
Na minha juventude eu lembro que as lojas e residências ficavam enfeitadas com o natal,era tudo muito bonito.
A bondade estava estampada pelo menos por um curto tempo nos rostos das pessoas e com o passar do tempo, aqueles enfeites natalinos, presépios, guirlandas,etc...que muitas lojas utilizavam, foi perdendo espaço.E foram juntos também sentimentos de doação e solidariedade que perpetuavam durante a semana de natal.Está certo que o natal a muito tempo ficou relegado ao interesse comercial, mas havia ainda um pouco da solidariedade.
Jesus ainda era lembrado, mas, aos poucos o Papai Noel tomou conta da situação, até a cor da roupa do Papai Noel foi mudada para o vermelho, por influência de uma grande marca de refrigerantes.
Até mesmo o “bom velhinho” passava aquele espírito de união e solidariedade.O problema é que o Natal perdeu qualquer vínculo com sentimentos relacionados a solidariedade e união.
Já li em alguns jornais e pela Internet que existe lugar no mundo onde grupos defendem o fim do Natal, que mude o nome da data, isto mostra como o apego ao comércio está cada vez mais forte.
O problema é que a ganância e o individualismo tomaram conta deste período. Já perceberam que a televisão brasileira há muito tempo não exibe filmes com grande freqüência sobre valores humanos, como a solidariedade e o respeito ao próximo.
Com isto as nossas crianças crescem vendo na tv apenas o valor do individual. A solidariedade aparece na tv apenas como exploração para aumentar o ibope.
Hoje percebo que nos estabelecimentos comerciais nem o nome “promoção de natal” é exibido, simplesmente é o capital que prevalece, o que vale é comprar, comprar e ter cada vez mais.
O que importa é a venda porque um “natal” sem venda no comércio, é um natal ruim.Pouco vai importar se uma ou dez pessoas morreram assassinadas no último fim de semana.
Mais para a economia o que vale é a venda, para gerar empregos, mesmo que sejam temporários, como se o operário necessitasse de emprego apenas no fim de ano.
Enfeites de Natal na rua somente aqueles feitos pelo poder público. Primeiro Jesus perdeu espaço para Papai Noel e depois Papai Noel perde espaço para o grande capital e assim aos poucos vamos na barca do consumismo desenfreado onde apenas vale o individualismo.
Prof. Cyrillo - Cariacica
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